terça-feira, 13 de setembro de 2011

canção pra ninar marina


marina nina tiago
marina nina farias
marina acorda de noite
marina dorme de dia
nina papai/ nina mamãe
ninguém perturbe a menina
o sol da tarde não irrita
só o barulho da vida
só o desconforto/ de ter saído
do quentinho da barriga
diz aí, papai/ diz aí, mamãe
quem tem mais belos cabelos?
quem é que adora um espelho?
diz aí, papai/ diz aí, mamãe
quem, sem modéstia, é uma linda?
quem é a mais fashion menina?


Canção dedicada à Nina, a filhinha linda dos meus amigos Marlla e Tiago.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

encontro

ela é uma menina, se materializa, e virá num rastro ao meu encontro.
é ela quem paira sobre a minha respiração.
eu fico apenas um sorriso quieto, no canto, enquanto o fenômeno acontece.
uma avalanche me encobre, levanta, é a menina movendo os olhos diretamente sobre mim.
é muita coisa acontecendo entre inspiração e respiração.
são meus soslaios para ver se ela ainda está por aí.
são meus lábios hesitando em soprar, em chamá-la pelo nome.
cara, eu penso enquanto espero ela olhar o meu olhar platônico satúrnico distante.
me faço o gelo ártico e eu não sei se ela sabe dos meus desejos de ser dela.
eu fico pensando nas coisas do seu redor.
acho bonito ser um garoto que se comove com a voz dela.
acho bonito explodir de desejo de que chegue o outro dia quando ela ainda estará aqui, seus cabelos movendo de um lado a outro.
porque não quero nada mais, só que ela esteja.
nem que ela fosse vampira, lambesse sangue, eu deixaria de querer o que quero.
nem que ela fosse bandida, procurada, fugidia.
mas que bom que ela é bem normal, quer dizer: vive, namora, trabalha, estuda, anda pelas ruas.
eu sei, eu que também vivo, ando, movimento minha mão direita buscando a esquerda dela.
é bom demais estar por aí, descobrir e redescobrir o jeans e outros detalhes da vida dela.
é bom ver seus pensamentos bem cadeadados e não saber nada deles.
vivo bem, recolhido no hemisfério norte da minha sandice.
dentro do globo terrestre da minha ignorância.
vivo melhor ainda esperando sentir o cheiro que vem dela.
e que virá num rastro ao meu encontro...

Junho/2011

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